quinta-feira, 9 de maio de 2013


“Quando o relacionamento acaba, o recipiente se quebra e aquele misto de amor e carinho se vai como pó. Cria manchas impossíveis de serem limpas, mancha tapete e chão. Os cacos do recipiente espalhados pelo chão nos cortam quando tentamos recolhê-los. E no momento que colocamos o curativo, sentimos a falta do carinho e dos cuidados do outro, que chamávamos de amorzinho. Sim, ele está sobre o mesmo teto que eu se afogando em grandes doses de uísque e tragando cigarros como se fossem balas de menta. Ficamos em lados opostos nos encarando na sala de estar, estando presente só de corpo, pois alma voltou ao passado para descobrir onde erramos. Está com a barba pra fazer e uma dor de cabeça pulsante. Já eu, com os cabelos presos, tragando e soltando fumaça por esse cômodo com os olhos em vermelho rubi. Nós estamos com medo de dar o passo para fora dessa casa. Calmaria e tempestade pairando no ar. Sabíamos que não conseguiríamos pregar os olhos naquela noite. Eu na sala e ele no quarto onde tivemos nossos melhores momentos. Agora, o que paira no ar é um misto de tristeza e solidão compartilhada. Consegui pegar no sono, torcendo para quando acordar amanhã isso não passe de um pesadelo.”

0 comentários:

Postar um comentário